terça-feira, 29 de novembro de 2011

VITÓRIA DOS LUTADORES: PROCESSO DOS CARTAZES É ARQUIVADO!

                BOLETIM ESPECIAL SARANDI – Nov/2011
VITÓRIA DOS LUTADORES: Processo dos cartazes “Traidores do Povo” é arquivado!


Nesta semana saiu a decisão do Juizado Especial Criminal de Sarandi que determinou o arquivamento do processo movido pelos vereadores Luis Aguiar (PPS), Roberto Grava (PSC) e Rafael Pszybylski (PP) por injúria, contra vários lutadores do Comitê de Lutas de Sarandi. Dentre eles, dois militantes e dirigentes do PSTU: Rodrigo Tomazini, Presidente do PSTU-Sarandi e Claudio Timossi, do Movimento dos Trabalhadores por Moradia.

Entenda o caso:
Não é de hoje que os vereadores da Câmara Municipal de Sarandi votam contra a população, traindo as expectativas dos trabalhadores quando votaram em seus candidatos.
Já na gestão do prefeito Cido Spada (àquela época no PT, hoje PV), a privatização do Aterro foi um duro golpe na população trabalhadora.
Essa privatização respondeu apenas ao interesse de grandes empresários do setor e dos próprios vereadores que votaram a favor e que são financiados por essas empresas.
Se não bastasse por em risco a água e o solo, além de poluir toda a cidade com a vinda de cerca de 500 toneladas de lixo por dia, de toda a região, o prefeito criou várias taxas,  consideradas ilegais e abusivas pelos lutadores do Comitê de Lutas de Sarandi que foram para as ruas. Mesmo com todo o protesto e a enxurrada de vaias da população trabalhadora da cidade de Sarandi lotando as sessões da Câmara, os vereadores covardemente aprovaram o aumento (em alguns casos de mais de 100%) do valor do IPTU e outras taxas do lixo.
Em reunião do Comitê de Lutas, foi aprovado a confecção de um cartaz com as fotos dos traidores do povo, ou seja, os vereadores e prefeitos que votaram a favor da privatização do Aterro e do aumento do IPTU e espalharam esse cartaz por toda a cidade de Sarandi. Os vereadores Luis Aguiar (PPS)     Roberto Grava (PSC) e Rafael Pszybylski (PP) entraram com um procedimento criminal por injúria contra os membros do Comitê.


Na primeira audiência, mais de 50 pessoas, representando diversas entidades e partidos políticos compareceram, nesta ocasião a Promotoria fez um pedido de vistas para melhor analisar o caso.
Depois da análise do processo, ocorreu o que era esperado por todos os lutadores: o pedido de arquivamento que foi acatado pela Juíza do Juizado Especial Criminal.
Infelizmente, passado menos de um ano do aumento vergonhoso do IPTU, os vereadores aumentam de maneira vergonhosa seus próprios salários. Os trabalhadores passam 44 horas semanais dando duro, para ficar apenas com o necessário para poder trabalhar novamente no outro dia. De outro lado, políticos, empresários e banqueiros fazem a farra com o dinheiro produzido pelos trabalhadores. Essa é a lógica brutal do capitalismo!

O PSTU Sarandi agradece todo o apoio recebido e repudia veementemente aqueles que querem calar a boca dos lutadores. Não nos calaremos, continuaremos lutando junto com a população contra toda a farra com o dinheiro público e os desmandos desses senhores que estão aí para enriquecer às custas dos trabalhadores.
Continuaremos a nossa luta diária contra toda a exploração do capitalismo e pela construção de uma sociedade sem exploração, sem injustiça. O socialismo.
Para isso, a cada vitória contra os ataques dos senhores da burguesia contra os lutadores, comemoramos juntamente com os trabalhadores, porque lutar não é crime, lutar é um direito e um dever! Viva a luta dos trabalhadores!


VENHA CONHECER O PSTU: Sede Regional: Rua José Clemente, 748 – zona 7 – Maringá
e-mail: pstusarandi@gmail.com / Fone: (44)9825-5441

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

NÃO AO AUMENTO DOS VEREADORES, PREFEITO E SECRETÁRIOS!


BOLETIM ESPECIAL SARANDI
Vergonha! Vereadores votam aumento de 45% em seus próprios salários.

Os vereadores de Sarandi votaram a toque de caixa, sem debate algum com a população, o aumento de seus próprios salários, secretários e do prefeito e vice-prefeito. Com esse reajuste, o prefeito passará a ganhar R$ 19.800,00 (30% de aumento), o vice-prefeito R$ 9.500,00, o presidente da Câmara R$ 11.870,00 e os vereadores R$ 7.980,00 (45% de aumento). Isso é um absurdo, uma verdadeira farra com o dinheiro do povo trabalhador. Vale lembrar, que esse ano o salário mínimo teve aumento de pouco mais de 6% esse ano.

Enquanto o teto máximo da previdência pública pago pelo INSS é de R$ 3.691,74 - depois de pelo menos 35 anos de contribuição para homens e 30 anos de contribuição para mulheres. Os vereadores aumentam os seus próprios salários. Qual a categoria profissional que você conhece que tem o poder de aumentar os próprios salários?



Esses são os mesmos vereadores que aprovaram o aumento do IPTU e das taxas do lixo, o que fez com que a população trabalhadora de Sarandi passasse a pagar uma das taxas mais caras do Paraná, aumentos que em alguns casos chegaram a mais de 100%.

Também são os mesmos que estão segurando a votação do projeto de lei de iniciativa popular que propõe a proibição da vinda de lixo de outras localidades para nossa cidade e também a reestatização do aterro sanitário e do sistema de tratamento do lixo, privatizado pelo ex-prefeito Cido Spada, na gestão do PT.
Somente esta medida poderia possibilitar reduzir pela metade o valor do IPTU e das taxas de lixo cobradas na cidade.
O PSTU é contra esse aumento e defende que qualquer ocupante de cargo eletivo, seja ele prefeito, vereador, deputado, etc., receba o salário de um operário médio, ou o salário mínimo do DIEESE (cerca de R$ 2.500,00). Só assim, evitaria que a política se transformasse em profissão, onde verdadeiros saqueadores do dinheiro público se perpetuam no poder por vários anos.

Os vereadores votam do jeito que querem porque a população não tem qualquer controle sobre os seus mandatos. Isto acontece porque desde o período das campanhas eles são financiados por grandes empreiteiras, empresas de lixo privadas e grandes empresários e depois que ganham só devem satisfação aos seus financiadores, virando as costas para a população.

O PSTU se coloca ao lado dos trabalhadores e contra o aumento dos salários dos vereadores e demais políticos e chamamos a população a se organizar e exigir do prefeito Carlos de Paula (PDT) que vete imediatamente esse famigerado projeto de lei.

Por isso defendemos:
ü  Revogação imediata do aumento dos salários dos vereadores, prefeito e secretários;
ü  Que o Prefeito De Paula (PDT) vete o aumento;
ü  A revogação dos mandatos pelo voto popular;
ü  O fim dos privilégios através da limitação do salário dos vereadores, prefeito e secretários ao salário mínimo do Dieese;
ü  O fim do financiamento privado das campanhas eleitorais;
ü  O direito de manifestação popular na tribuna da Câmara Municipal, como medida mínima de ampliação da democracia;
ü  Prisão e confisco dos bens de corruptos e corruptores;
ü  Fim do voto obrigatório.


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terça-feira, 1 de novembro de 2011

NA ARGÉLIA SE GESTA UMA REBELIÃO: MAIS JOVEM E MAIS VIOLENTA[1]


NA ARGÉLIA SE GESTA UMA REBELIÃO: MAIS JOVEM E MAIS VIOLENTA[1]
Primeiro acreditava-se que a Argélia, vizinha da Líbia e Tunísia, seria logo atingida pela Revolução Árabe e mobilizações populares levariam à queda do presidente Abdelaziz Bouteflika, no poder desde 1999.
Isto não ocorreu. Agora há suspeitas de que a Argélia pode ser “imune” à Primavera Árabe.
O país que foi palco de uma guerra de independência em relação à França, até 1962, que deixou um saldo um milhão de mortos do lado argelino e 20 mil do lado francês e uma guerra civil de 1992 até 2000, onde mais de 160.000 pessoas foram mortas, ainda tem muitas cicatrizes.
Há ainda que se acrescentar que a estabilidade do pais interessa muito ao imperialismo, em particular o imperialismo francês que depende muito das exportações argelinas, e fundamentalmente do petróleo.
O terceiro aspecto é que com 36 milhões da habitantes e uma economia com bastante recursos graças à exploração petrolífera, o governo começou a fazer algumas pequenas concessões ao povo propiciando melhorias nas condições de vida.
O governo de Argel pode se dar a este luxo, pois os hidrocarbonetos são responsáveis por cerca de 60% do orçamento, 30% do PIB, e mais de 95% das receitas de exportação. O país é o 3º da África e 10º do mundo em reservas de petróleo, e 2º da África e 6º do mundo em gás natural. Com 160 trilhões de pés cúbicos de reservas de gás natural.
A dívida externa foi praticamente eliminada e o governo tem acumulado grandes economias no fundo de estabilização do petróleo (FRR), a inflação é a mais baixa da região.
E do ponto de vista político, na seqüência de revoltas populares na Tunísia e Egito, o governo levantou o Estado de Emergência que imperava há 19 anos e anunciou reformas em Setembro de 2011.
O problema é que, mesmo com tudo isso, o governo, inserido na lógica capitalista e colonial, não ataca as questões fundamentais da economia, que levam ao desemprego, principalmente o da juventude.
A taxa de desemprego oficial é de 12%, mas estimativas independentes estimam em 30%. E ela é ainda maior para os jovens. Em uma população em que 70% tem menos de 30 anos, 70% estão desempregados. Sem futuro e oprimidos por um regime autoritário.
O governo necessitaria criar três milhões de empregos em cinco anos para evitar o caos. Para isso deveria desenvolver outros ramos da indústria e do comercio, rompendo com a dependência econômica da produção de hidrocarbonetos.
Antes a saída para muitos destes jovens era a fuga para a Europa, que fica muito perto, no entanto a crise econômica européia, com seu crescente desemprego e as medidas repressivas tomadas contra os emigrantes não deixaram outro caminho a eles que tomar o caminho da luta para tentar resolver seus problemas coletivamente.
Foram estes jovens que no inicio do ano realizaram uma onda de motins, que começou nos subúrbios de Argel, e que rapidamente foram a outras cidades, como: Oran, Blida, Bouira, Tizi Ouzou, Dejlfa, Ouargla e Constantine. Cerca de 24 regiões foram atingidas pelo movimento, ou seja, metade do país.
Violentos confrontos entre jovens e a polícia, bloquearam estradas com pneus em chamas, ou troncos de árvores, atacaram edifícios públicos e tudo o que simboliza autoridade e riqueza. O jornal “Liberte” falou em quase 9.000 tumultos por mês em 2010.
Como as causas fundamentais não são atacadas explosões de proporções maiores podem ser vistas no futuro próximo.
A atitude da classe trabalhadora, que ainda não entrou em cena como tal, será decisiva para determinar o desenvolvimento desses protestos.
PETROLEO E OLEO PARA EUROPA
A Argélia é o 6º produtor de gás natural do mundo, dados de 2007, (depois da Rússia, Estados Unidos, Canadá, Irã e Noruega). 70% do seu gás natural produzido foi exportada e 30% foi consumido internamente.
Argélia contem um número estimado de 12,2 bilhões de barris de reservas provadas de petróleo, é a 3ª maior da África (atrás da Líbia e Nigéria).
Suas reservas provadas estão localizados na metade oriental do país. E está entre a mais alta qualidade no mundo.
Os países europeus dependem do petróleo da Argélia, que atendem-o, cada vez mais, rigorosos regulamentos da União Européia sobre teor de enxofre da gasolina e do diesel.
Em tese a estatal Sonatrach domina produção de petróleo e gás natural. No entanto a Argélia tem permitido cada vez um maior investimento as grandes multinacionais do petróleo, e eles tem entrado em acordos e parceria com a Sonatrach, que concedeu novos contratos para aumentar a produção ao longo dos próximos anos.
Sonatrach opera o maior campo de petróleo na Argélia, Hassi Messaoud. Situado a sudeste de Argel, produziu cerca de 400.000 bbl/d de petróleo em 2008. A maior multinacional petroleira, em operação no pais é a norte-americana Anadarko, com capacidade total de produção de mais de 500.000 bbl/d, a partir de sua operação no combinado Hassi Berkine Sul e campos Ourhound no leste da Argélia.
A italiana Eni opera (entre outros) o projeto Rhourde Oulad Djemma (ROD) no sudeste da Argélia. Outras “irmãs” exploradoras são: BP, Conoco-Phillips, Gazprom, Repsol, Shell, Statoil e Total.
O consumo nacional de petróleo da Argélia foi 299.000 bbl/d em 2008 e as exportações de 1,93 milhões bbl/d. Quase 90% de seu petróleo é exportado.
Os Estados Unidos importaram 547 mil por cento bbl/d da Argélia, ou 28% do total das exportações de petróleo.
Outros 34% das exportações de petróleo foram para países europeus, entre eles: Países Baixos (8%), França (6%), Espanha (5%) e Alemanha e Reino Unido (4%).
A Argélia usa sete terminais costeiros de exportar petróleo bruto, produtos refinados, gás liquefeito de petróleo (GLP) e líquidos de gás natural (NGL). Estas instalações estão localizadas em Arzew, Skikda, Argel, Annaba, Oran, Bejaia, e Skhirra La na Tunísia. Arzew cuida de 40% do total das exportações.
Uma rede de oleodutos transfere o petróleo dos campos de produção do interior para os terminais de exportação. Particularmente de Hassi Messaoud.
A Argélia também tem 160 trilhões de pés cúbicos (Tcf) de reservas provadas de gás natural. O maior campo é Hassi R'Mel, descoberto em 1956, que responde por um quarto da produção total de gás da Argélia.
Estão na exploração do gás: BHP Billiton-, BP, Eni, Repsol, Statoil e Total, em parceria com a Sonatrach.
O gás natural liquefeito (GNL) sai de Hassi R'Mel a Arzew através de gasodutos e daí são as exportados para a Europa ao longo do Mar Mediterrâneo.  Quase dois terços é exportado através de duas ligações de gasodutos entre a Argélia e a Europa, enquanto os restantes um terço é exportada na forma de GNL.
Um consórcio internacional, liderado pela Enagás de Espanha, SNPP Marrocos, e a Sonatrach, opera a 1000 milhas de gasodutos.
O Magrebe-Europa Gas (MEG), liga Hassi R'mel, através de Marrocos, com Cordoba, Espanha, onde ele se articula redes de transmissão de gás natural da Espanhol e Portugal.
Estão construindo um gasoduto de 560 milhas, o GALSI, de Hassi R'Mel para El Kal, Argélia, e daí, debaixo d'água para Cagliari, e, depois por terra para Olbia, ambas na Sardenha, e em seguida debaixo d'água para Piombino, Itália, onde será conectado à rede de transferência de nacional italiano. Será concluído em 2012.
Pretendem também construir um gasoduto de 2.800 milhas de gás natural a partir de Warri, Nigéria para Hassi R'Mel. Para transportar gás natural da Nigéria para os mercados europeus.
Com o start-up da planta GL4Z Arzew em 1964, a Argélia tornou-se o primeiro produtor mundial de gás natural liquefeito (GNL) e quarto maior exportador (atrás de Indonésia, Malásia e Qatar). Seus principais clientes são: França, Espanha e Turquia.
Sonatrach tem contratos de exportação de GNL com a Gaz de France, Distrigaz da Bélgica, da Espanha Enagas, Botas da Turquia, Snam da Itália e da Grécia DEPA.
Fornece 13% das importações da Europa de GNL. Para os Estados Unidos, foram cerca de 10% do total das importações de GNL
Esta claro que em meio a crise européia, os paises imperialistas desde continente não podem se dar ao luxo de perderem o controle da produção e da apropriação de petróleo e gás tão barato e de qualidade tão alta.
Se estes paises imperialistas “arriscaram-se” em uma invasão militar área na Líbia, para continuar lutando pelo controle deste pais, imaginem o que são capazes de fazer na Argélia.
O problema estão em que de outro lado, o processo revolucionário do norte da áfrica, vai empurrando, principalmente a juventude pobre, destes paises tão ricos, a lutarem pelos seu futuro.
A Argélia não esta imune aos processos revolucionários, novas revolta estão a caminho.


[1] Américo Gomes, advogado com especialização em Política e Relações Internacionais