quinta-feira, 24 de abril de 2014

Nota de repúdio à perseguição política que vem sofrendo nosso companheiro Bruno Coga no Hemocentro da UEM

Desde outubro do ano passado nosso companheiro e servidor da UEM, Bruno Coga, vem sofrendo um intenso assédio moral e perseguição política por parte se sua chefia no Hemocentro Regional de Maringá, que culminou com o afastamento de seu local de trabalho e transferência para outro setor do Hospital Universitário de Maringá. Esse brutal ataque se deve a uma postagem que nosso companheiro fez em seu perfil no facebook quando da visita do Governador Beto Richa à Maringá para a inauguração do novo prédio do hemocentro. À época, Bruno denunciou a falta de servidores para atender os novos pacientes e o impacto que a sobrecarga de trabalho traria aos funcionários. 

Embora a postagem tenha se caracterizado como uma crítica a Beto Richa e sua falta de compromisso real com a saúde pública no Estado, o que motivou inclusive questionamentos por parte da imprensa e levou o governador a proferir frase que ficou amplamente conhecida “Eu não trabalho aqui”, a mesma irritou a Diretora do Hemocentro, a médica Silvia Maria Tintori, que tomou a crítica política como uma ofensa pessoal e a partir de então passou a perseguir nosso militante de forma descabida, através de intimidação pessoal e mudança arbitrária de seu horário de trabalho. Na época, a Diretora chegou a solicitar sua transferência de setor e que a superintendência do HU abrisse uma sindicância contra o mesmo, o que obviamente não foi acatado naquele momento. O último episódio desta perseguição foi uma advertência escrita dada a Bruno, por ele simplesmente ter feito um questionamento a um palestrante, do qual discordava de suas ideias e a notificação de que aquele momento em diante, ele não deveria mais se apresentar no Hemocentro para o trabalho, mas sim à Superintendência do Hospital Universitário. Todo este processo trouxe consequências para sua saúde física e psicológica, que levou nosso companheiro a se afastar do trabalho para tratar de sua saúde.

É inadmissível no estado democrático de direito que um trabalhador seja perseguido por suas opiniões políticas, mais ainda quando este trabalhador é um servidor público concursado que ademais de executar suas funções de maneira exemplar, sempre lutou pela instituição a qual pertence, denunciando o descaso com nossa universidade, os sistemáticos cortes de verbas por parte de governos à UEM, piora das condições de trabalho para os servidores, o sucateamento do ensino público superior no estado, enfim, todo o ataque que a UEM e as outras universidades estaduais vem sofrendo ao longo dos últimos anos. Bruno é servidor da UEM por 7 anos, foi membro eleito do Conselho Universitário, é reconhecido na comunidade acadêmica por sua trajetória de lutas ao lado dos servidores, professores e alunos na defesa de uma universidade pública, gratuita e de qualidade, e por usa inserção política junto aos movimentos sociais. Não podemos aceitar represálias àqueles que, no interior da universidade lutam por seus direitos e pela melhoria da instituição. O PSTU não vai aceitar que nosso companheiro seja submetido a essa perseguição. Manifestamos nosso total repúdio ao assédio moral que Bruno vem sofrendo e nos colocamos ao lado de nosso companheiro para encaminhar todas as questões necessárias à sua defesa política e jurídica, para que casos como esses não voltem mais a acontecer no HU e em toda Universidade Estadual de Maringá. 
Postagem de Bruno no Facebook
(Clique para ampliar)

Diante do exposto, iniciaremos uma campanha nacional pública contra a perseguição sofrida pelo nosso companheiro, já que essa represália se configura numa clara tentativa de impedir a livre manifestação e fere completamente a liberdade de expressão. 

- Pelo fim da perseguição política ao companheiro Bruno!

- Em defesa da democracia e da liberdade de expressão na UEM!

- Contra a criminalização dos movimentos sociais e dos ativistas que lutam por melhores condições de vida e trabalho e por uma sociedade mais justa!

- Por mais servidores para a UEM, HU e Hemocentro, por melhores condições trabalho e fim do assédio moral!




Maringá, 24 de abril de 2014
Direção Estadual do PSTU

terça-feira, 15 de abril de 2014

ACUADO PELAS DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO, DEPUTADO ANDRÉ VARGAS (PT) VAI RENUNCIAR


Um jatinho e um passeio em família em João Pessoa (PB). Assim como há alguns anos um Land Rover virou o pivô de um escândalo que mostrou as relações espúrias entre dirigentes do PT e empresários, desta vez a viagem num jatinho foi o que revelou um esquema de corrupção envolvendo o deputado André Vargas (PT-PR), e o doleiro Alberto Youssef. Longe de ser um deputado qualquer da base petista, Vargas era até dias atrás vice-presidente da Câmara.

Por que um doleiro, envolvido em uma série de casos de corrupção, emprestaria um jatinho para um deputado viajar com a família para a praia? Quando foi revelada essa estranha cortesia, o deputado afirmou se tratar de algo normal, como se emprestar jatinhos fosse a coisa mais normal e descompromissada do mundo. "Conhecer alguém há 20 anos não é crime. Alberto Youssef é empresário de minha cidade. Dono do maior hotel da cidade. E os encontros, contatos e relações se deram dentro da legalidade", divulgou em nota no começo do mês. O que o deputado petista se esqueceu de dizer foi que Youssef não era um mero empresário e que as relações que estabelecera com ele estão muito longe de qualquer "relação republicana".

Alexandre Youssef foi preso no dia 17 de março na Operação Lava-Jato da Polícia Federal, que levou à prisão também o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, no dia 20. A operação investiga lavagem de dinheiro e desvio de recursos na Petrobrás, cujo montante pode chegar a nada menos que R$ 10 bilhões. O doleiro mantinha uma série de empresas com contratos firmados com a Petrobrás que, acredita-se, sejam fraudados. Paulo Costa, por sua vez, foi preso com documentos que indicam repasses a políticos, possivelmente para despesas de campanhas eleitorais. Paulo Roberto recebeu de Youssef um Land Rover Evoque, mostrando que os políticos corruptos não possuem um gosto lá muito original.

"Vai valer a tua independência financeira. kkkk"
As investigações da Polícia Federal, por outro lado, revelam uma relação entre Vargas e Youssef que ultrapassam a mera amizade. Diálogos entre os dois interceptados durante o levantamento mostram que o deputado petista ajudou uma empresa de Youssef, o laboratório Labogen, a conseguir um contrato de R$ 31 milhões com o Ministério da Saúde. A empresa, claro, é de fachada. Em sua defesa, Vargas apenas disse que havia achado o projeto "interessante". "Achei que era bom para o país, era bom para a economia", afirmou à imprensa.

Se André Vargas achou o projeto bom para o país, com certeza ele achou muito melhor para si próprio. Num dos diálogos entre o político e o empresário, em meio aos esforços para viabilizar o contrato entre o laboratório e o Ministério da Saúde, o doleiro afirma: "Cara, estou trabalhando, fica tranquilo, acredite em mim. Você vai ver quanto isso vai valer tua independência financeira e a nossa também, é claro, kkkkk". 

Percebendo o cerco se fechar e vendo que não havia resposta plausível para as provas que apareciam, André Vargas renunciou à vice-presidência da Casa, se licenciou do mandato e, por fim, com a corda no pescoço, anunciou a sua renúncia para esse dia 15 de abril. O deputado ainda tentou resistir, espalhando a ameaça que, se caísse, levaria gente graúda junto. Dirigiu ameaças especialmente ao ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (pré-candidato ao governo de São Paulo), a Gleisi Hoffmann e o seu marido, o ministro das Comunicações Paulo Bernardo, mas não teve jeito. Mesmo com a renúncia, porém, Vargas continua com o processo aberto no Conselho de Ética da Câmara, podendo ter o mandato cassado e ficando inelegível por oito anos.

O fundo da questão
O escândalo que atinge os contratos fraudados da Petrobrás, do Ministério da Saúde, empresas e políticos não traz nada de novo. Mostra como, nove anos após o mensalão, o PT continua utilizando as estatais para se financiar e para conquistar a "independência financeira” de seus quadros. Mostra, mais uma vez, a profunda degeneração política do Partidos dos Trabalhadores que, no poder, repete de forma sistemática as velhas práticas da direita e dos governos anteriores. Reafirma a degeneração moral dos dirigentes do partido que, para garantir seu modo de vida burguês e um jatinho para viajar nas férias, não pensa duas vezes antes de atacar as verbas da Saúde, num país em que se morre nas filas dos hospitais públicos.

Quando o PT fez a sua opção pelas grandes empresas, bancos e empreiteiras, fez também a sua opção pela corrupção. Financiado pelo grande capital privado, uma vez eleito, tem que garantir o retorno desse investimento. Quando explodiu o escândalo do mensalão, o PT ensaiou uma autocrítica. Agora, com vários de seus dirigentes atrás das grades, a história se repete. Vai ser o que agora? Um novo “golpe da direita”? A verdade é que as opções escolhidas pelo partido, e os compromissos assumidos, se revelam agora um caminho sem volta.

E a direita?
A direita, por sua vez, já explora o escândalo para se beneficiar eleitoralmente e avançar a privatização sobre a Petrobrás. No entanto, a direita não tem nenhuma moral para denunciar o que quer que seja. O governo de Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo, chafurda no escândalo do cartel dos trens e metrôs. Um negócio bilionário que, se não é o maior, é um dos maiores casos de corrupção da história do país. Já em relação à Petrobrás, o discurso hipócrita dos tucanos não explicam que é justamente através dos contratos com as empresas privadas que se dá a maioria dos casos de corrupção.

LEIA MAIS