quinta-feira, 27 de maio de 2010

ENTREVISTA DO ZÉ MARIA NA GAZETA DO POVO

“Defendemos a estatização das grandes indústrias”
Zé Maria, pré-candidato à Presidência pelo PSTU


O que o diferencia dos demais candidatos?

As três candidaturas postas [Dilma, Serra e Marina] representam o mesmo modelo econômico. É a continuidade do que está aí. A Dilma representaria a continuidade do governo Lula, que aplicou o mesmo modelo econômico do PSDB. Portanto, se o Serra ganhar a eleição, vai fazer a mesma coisa que o Lula está fazendo. A Marina Silva explica que quer apresentar um projeto focado na defesa do meio ambiente, mas não pode falar a sério em meio ambiente. A Marina era governo [ela foi ministra do Meio Ambiente de Lula] quando foi apresentado o loteamento da Amazônia, a Lei dos Transgênicos, quando foi aprovada a transposição do Rio São Francisco. Se essas candidaturas representam uma continuidade, nós queremos uma proposta de mudança para o país. Obviamente, não queremos a volta da direita com o Serra, mas também achamos que o governo Lula não fez o que tinha de fazer. Veja que ele tem repetido inúmeras vezes que os empresários, nunca na história do país, ganharam tanto dinheiro. E isso é verdade. As empresas dizem que aumentaram sua rentabilidade em 400% no governo Lula. Teve banco que aumentou sua rentabilidade em 850%. Isso é resultado de uma política que não beneficiou os trabalhadores.

Esses resultados das empresas são necessariamente ruins?

A questão é a seguinte: o presidente Lula gosta de dizer que melhorou a vida de milhões de pessoas com o Bolsa Família. Isso deveria orgulhar o governo? Nós achamos que deveria envergonhar o governo. Porque o nosso país tem recursos para assegurar para essas famílias empregos, salário digno, moradia, direitos. Mas o que o estado destina para essas pessoas? Uma mesada de R$ 90 a R$ 130 por mês. O que nós achamos? Que tudo é muito pouco diante daquilo que o país pode fazer. É pouco o aumento do salário mínimo. Se as empresas aumentaram a rentabilidade em 400%, por que o salário mínimo não aumentou em 400%?

A reforma agrária seria uma prioridade no seu governo?

Faremos a nacionalização da terra e a distribuição dela para quem quiser trabalhar e produzir alimentos. Precisamos de uma reforma agrária de verdade. Vamos expropriar o agronegócio e distribuir a terra para quem quer trabalhar.

O senhor também defende a estatização de empresas?

Em primeiro lugar a terra, os recursos naturias, o petróleo. É preciso reestatizar totalmente a Petrobras. A mesma coisa em relação às grandes indústrias e grupos econômicos, em particular as transnacionais. A capacidade produtiva dessas empresas precisa estar a serviço do povo. Defendemos a estatização das grandes indústrias. Queremos acabar com as relações que subordinam o Brasil ao capital internacional. O governo está dizendo que não tem recuros para reajustar aposentadorias acima de 7,7%. O ministro do Planejamento [Paulo Bernardo] chegou a dizer que o país iria quebrar. Se isso quebra o Brasil, por que esse aumento que foi dado nos juros não quebra o país? O governo prefere destinar os recursos para os bancos e não para os aposentados. Achamos que temos de parar de pagar a dívida interna e externa e redirecionar esses recurosos.

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