Após 5 (cinco) anos de construção, marcados por atrasos na obra, protestos de moradores prejudicados e principalmente por suspeitas de superfaturamento, o Contorno Norte de Maringá (segundo o governo uma das principais obras do PAC-2) é inaugurado. A obra, que teve investimentos de mais de R$ 400 milhões, ficou paralisada durante 1(um) ano a pedido do Tribunal de Contas da União (TCU) por suspeitas de irregularidades. Após acordo com o TCU a empresa responsável pela obra, Sanches Tripoloni, reduziu o orçamento da segunda parte da obra em R$ 10 milhões e assim, a construção foi retomada.
De 2009 (ano do início das obras) até a inauguração na última sexta feira (10/01/13) muita polêmica esteve envolvendo construtoras e empreiteiras, não somente na construção do Contorno Norte, mas também escândalos de corrupção em várias pastas ministeriais dos Governos Lula e Dilma. Vale lembrar aqui o caso que sacudiu o Ministério dos Transportes em 2011, derrubando o então Ministro Alfredo Nascimento (PR) suspeito de superfaturamento em obras públicas e recebimento de propinas envolvendo servidores e órgãos ligados à pasta. Também pesou nesse processo o aumento mais que suspeito do patrimônio de seu filho em 86.500% (oitenta e seis mil e quinhentos por cento), em apenas 5 anos. Além do Ministro, o diretor do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) à época Luiz Antônio Pagot foi afastado do cargo e posteriormente condenado por improbidade por fraudar licitação quando ocupava o cargo de Secretário de Estado de Transportes do Mato Grosso, em 2004.
Os financiadores de campanha e a farsa do jogo eleitoral: um dos motivos de tanta corrupção!
Como sabemos, as campanhas eleitorais dos candidatos tidos pela imprensa como os "principais", envolvem quantias milionárias. O resultado de tudo isso é que após o término do processo eleitoral, as empresas financiadoras vão atrás daqueles políticos eleitos e que receberam suas "bondades" para cobrar o retorno do "investimento". Isso é bem conhecido no linguajar popular como: "Quem paga a banda, escolhe a música". Dessa forma, bancos, megaempresários, empreiteiras e construtoras, passam a ditar a forma como será conduzida as políticas dos eleitos, cada um, "puxando a sardinha" para o seu lado. É aqui que entram os grandes esquemas de corrupção, propinas e toda uma sorte de acordos, onde sempre os únicos que não são beneficiados, são os trabalhadores.
No início do ano passado acompanhamos o caso emblemático da Delta Construtora, onde gravações telefônicas expunham as suspeitas de pagamento de propinas a autoridades para assegurar contratos com o poder público. A Delta acabou sendo proibida de selar contratos com o Governo Federal, recebendo o status de inidônea pela Controladoria Geral da União (CGU), em 2012. Com essa decisão, a empresa ficou proibida de participar de licitações ou de ser contratada pela administração pública. Obviamente, em ano eleitoral, a Delta obteve essa semana, através do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) a suspensão da declaração de idoneidade, podendo voltar a participar das licitações e ser contratada para executar obras. Isso é um absurdo, porém, no vale tudo eleitoral, isso é possível!
Em ano eleitoral inauguração de obra de um grande financiador de campanha de políticos da região
Da forma em que se organiza as eleições, o jogo eleitoral se torna um grande jogo de interesses. Os financiadores, ao findar dos processos eleitorais, começam a cobrar "a sua parte" para que possam aumentar seus lucros. Somente a Sanches Tripoloni (responsável pelo Contorno Norte), segundo a cobertura jornalística, teria aumentado os seus contratos com o DNIT, entre 2004 e 2010 (governo Lula) em 1.273%. De R$ 20 milhões em contratos, passaram para R$ 267 milhões. Nesse mesmo período, também aumentaram os financiamentos de campanha.
Vale lembrar que esse empresa "doou" nas últimas eleições ao PT, PP e PMDB (todos aliados no governo federal) a soma de R$ 6 milhões! Entre os financiados estão a atual Ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), Ricardo Barros (PP) e Ênio Verri (PT). Não é a toa que PT e PP dividiram o palanque na inauguração, mostrando que não existe diferença de projeto entre esses partidos pois, no frigir dos ovos, terão que responder aos interesses de seus financiadores.
É hora de virar esse jogo!
Os trabalhadores e a juventude precisam virar esse jogo de interesses onde os trabalhadores produzem, mas quem fica com o lucro é a burguesia. As grandes manifestações de junho, as greves e paralisações de julho e agosto de 2013, mostraram o caminho. A organização e a luta são as únicas saídas e a principal ferramenta que dispomos para mudar essa situação.
O PSTU apresenta suas candidaturas às eleições, porém, sabemos que não serão as eleições que mudarão a vida dos trabalhadores. O espaço eleitoral burguês, mais do que nunca, precisa ser utilizado para chamar a juventude e os trabalhadores paranaenses e de todo o país a retornarem às ruas para que suas reivindicações sejam atendidas! Precisa ser usado no sentido de contribuir para fortalecer a confiança de nossa classe em suas próprias forças. Nossas candidaturas não receberão dinheiro algum de empresários e bancos. Isso para nós é um princípio! Faremos nossa campanha com a contribuição dos trabalhadores e da juventude e estaremos ombro a ombro nas lutas!
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