terça-feira, 26 de julho de 2011

LUTAR É DIREITO, LUTAR NÃO É CRIME!

NOTA POLÍTICA PSTU NORTE-PR
LUTAR É DIREITO, LUTAR NÃO É CRIME!

Desde 2003 o Brasil é governado pelo que chamamos de uma frente popular, em que um partido operário de massas, o PT, governa em colaboração de classes com partidos burgueses como o PMDB, PP, PR e outros. Os trabalhadores têm a impressão de que pelo fato de ter um partido operário, da sua classe, no governo, haveria uma modificação no caráter de classe do Estado burguês que passaria a ser menos violento e mais democrático.

No entanto, diversos episódios demonstram que, infelizmente, não é isso o que ocorre. Os lutadores dos movimentos sociais e populares e dos partidos de esquerda continuam sofrendo um brutal processo de criminalização, repressão e violência, exemplos disso não faltam: as mortes de lideranças dos trabalhadores rurais no campo brasileiro não somente não acabaram, como se intensificaram no último período, em pleno “regime democrático”, 13 ativistas e militantes foram presos simplesmente porque participaram de um protesto contra a visita do presidente Obama ao Brasil, no Rio de Janeiro 439 bombeiros foram presos e enquadrados por motim e outros crimes militares por exigirem um salário digno.

Esse processo de criminalização se estende país afora através de várias formas: prisões de lideranças populares em ocupações de terra urbana e rural, processos crime por calúnia e difamação, monitoramento de atos públicos com a força policial e outras formas, como grampos.

Aqui em nossa região isso não é diferente. Pelo menos desde 2009 o movimento social de Sarandi, através de um Comitê de Lutas que foi constituído por dezenas de entidades (partidos políticos, associações de moradores, grêmios estudantis, movimento por moradia) impulsiona uma luta popular contra a vinda do lixo para a cidade e pela reestatização do sistema de lixo, contrariando com isso interesses tanto de prefeitos (um que privatizou o aterro e o atual que mantém o sistema privado e aumentou a cobrança das taxas), quanto de vereadores (que votaram contra a população nas duas situações), além do poder econômico das empresas que detém o monopólio da coleta e destinação do lixo.

Como parte das atividades desenvolvidas por esse Comitê de Lutas foram realizados atos públicos, coletadas milhares de assinaturas para um projeto de iniciativa popular que, atualmente, está engavetado na Câmara Municipal, proibindo a vinda do lixo e propondo a reestatização. Além disso, como forma de denunciar os verdadeiros compromissos desses políticos (prefeitos e vereadores) foi confeccionado um cartaz com o título: TRAIDORES DO POVO, explicando para a população como cada um deles havia se posicionado contra os interesses da população de Sarandi, o Prefeito Cido Spada (na época no PT) encaminhando o processo de privatização do aterro sanitário que foi aprovado pela maioria dos vereadores daquela legislatura e no final de 2010, o prefeito Carlos De Paula (PDT) que manteve o sistema privatizado e além disso praticamente dobrou as taxas de lixo, com o apoio da maioria absoluta da Câmara de Vereadores.

Por estarem na luta contra a vinda do lixo e pela reestatização e por denunciarem esses interesses que contrariam a população, alguns vereadores estão processando criminalmente diversos ativistas e militantes, dentre eles, o presidente do PSTU em Sarandi, Rodrigo Tomazini, o Coordenador do Movimento dos Trabalhadores por Moradia, Claudio Timossi, o presidente do P-SOL em Sarandi, Edvaldo da Silveira, o presidente do PCB, João Lourenço da Silva e, ainda, lideranças do movimento popular e presidentes de Associações de Moradores.

A primeira audiência será amanhã, dia 27 de julho, às 14h10, no Fórum de Sarandi. Convocamos todas as entidades e movimentos para participarem do ato político em frente ao Fórum e se somarem à luta contra a criminalização.

Enquanto os lutadores estão sendo processados, Sarandi continua com um sistema de lixo privado e com as maiores taxas da região. Por isso exigimos:
- Arquivamento imediato do processo criminal contra os lutadores de Sarandi;
- Liberdade de manifestação, expressão e crítica;
- Fim das perseguições e punições aos trabalhadores que lutam;
- Fim dos ataques às organizações sindicais, políticas e sociais.

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