Por Bruno Coga, do
PSTU
Candidato a
vice-prefeito pela coligação “Maringá para os trabalhadores” – PSOL/PSTU
Com a impugnação de Pupin no TRE e o indeferimento de seu vice, Carlos
Ferdinandi (PMDB) por ter as contas reprovadas pelo TCE, a coligação “A mudança
continua” fica oficialmente sem candidato. Com o PP fora da jogada, Enio Verri
tem caminho livre para sua campanha. Com isso pode abrir grande diferença nas
pesquisas eleitorais com outros candidatos. Queremos aqui analisar a relação histórica do PP com o PT e suas
implicações para as eleições municipais de Maringá.
Partido Progressista: Um aliado incômodo ao PT
O PP, partido de Pupin, é um dos
partidos mais tradicionais de nosso país. É o segundo maior partido do país, de
acordo com informações do TSE e tem sua origem ligada diretamente à ditadura
militar, através da ARENA (Aliança Renovadora Nacional). De lá para cá, já teve
diversos nomes e passou por algumas mudanças, porém sempre manteve uma
característica conservadora e de direita dentro da política nacional. Mas ser
conservador e de direita, não implica diretamente em estar em lados opostos ao
governo federal e ao PT. Pelo contrário, o PP compõe o governo federal através
do ministério das cidades. Outras figuras conhecidas podem confirmar esta
aliança da direita PPista com a “esquerda” Petista, como por exemplo Paulo
Maluf, que apoia Haddad para a prefeitura de São Paulo através da mediação do
ex-presidente Lula.
Contudo, ainda pode haver quem
diga que a política em esfera federal não interfere na do município. Que se o
PP é aliado do PT em outro estado ou município, aqui em Maringá eles são
adversários e ponto. Não é bem assim. Ricardo Barros, político tradicional de
nossa cidade e conhecido por ser “adversário” do PT, já foi vice-líder do
governo Lula, ou seja, era o segundo nome do governo responsável por negociar
os projetos e votações da câmara federal com a base aliada do bloco governista.
Se Enio Verri orgulha-se de sua
relação com Lula e Dilma, podemos dizer que Ricardo Barros tenha muito mais
motivos para se orgulhar...
Enio Verri e Pupin: Aliados ou adversários?
Não temos dúvidas de que Pupin
oferece risco para a candidatura de Verri. Por este lado, podemos dizer que são
adversários nesta disputa. Por outro lado, a relação entre os partidos que
atuam, os deixam com muito mais pontos em comum que divergentes. Em resumo,
podemos dizer que são adversários pontuais, porém aliados na política geral.
Para chegarmos nesta conclusão, tomamos
como ponto de partida a política que o PT aplica em nível federal e a
comparamos com a política do PP em nosso município. 1) O governo de Dilma
enfrenta a maior greve dos servidores federais dos últimos 10 anos. O motivo:
arrocho salarial e a negativa do governo em negociar com os servidores. Em
2006, a postura do governo Barros foi a mesma: reajuste zero e truculência nas
negociações. 2) Dilma anunciou a pouco tempo um pacote de privatizações,
incluindo aeroportos, estradas e ferrovias. Barros tentou privatizar o Hospital
Municipal e a merenda escolar de Maringá. 3) Os escândalos de corrupção
envolvendo o PT, não são menores que os que envolvem o PP. Mensalão, caso
Cachoeira, e inclusive as obras do contorno Norte, envolvendo Gleisy e Paulo
Bernardo do PT. Já o PP é o quarto partido no ranking de políticos que tiveram
seus mandatos cassados no país.
Enfim, apesar da disputa entre
esses dois partidos em nossa cidade canção, a semelhança entre seus projetos de
governo são vastos.
Por que o PT tenta tirar o PP da jogada?
Não descartamos um acordo selado
e consciente entre PP e PT para tirar Pupin da disputa eleitoral e deixar o
caminho livre para Enio Verri, como uma cordialidade entre bons amigos. É
difícil imaginar que a família Barros não tenha ficado atenta ao prazo de
substituição de Silvio Barros na prefeitura de Maringá. Essa desculpa seria
aceita caso fosse feita por amadores, mas não por profissionais (malvados) da
política como Silvio e Ricardo Barros. Assim como é estranho perceber que nos
dois primeiros dias de horário eleitoral gratuito na TV, a coligação do PP não
tenha utilizado este espaço.
Porém, vamos trabalhar com a
versão oficial: O PT disputa com o PP. Dentro desta disputa, que de fato
existe, temos que convir que o PP cresceu. Em uma cidade conservadora, dominada
pelo agronegócio e prestação de serviços, o peso do ruralista é determinante.
Neste crescimento de Pupin, Enio Verri, que parecia ter entrado na disputa com
o troféu na mão, começou a perder espaço. Para o PT, que governou Maringá
apenas uma vez e que já vinha trabalhando com a consigna de “Enio Prefeito”
muito antes das eleições, seria humilhante ser derrotado por um ruralista tosco
que mal consegue completar uma frase. E a partir de então, o desespero do PT
para tirar Pupin da jogada seria um fato real...
Uma candidatura socialista, para romper com conchavos de gabinete e
governar para os trabalhadores
Os fatos citados acima refletem a
realidade da política que costumamos assistir em nosso dia-a-dia. Parasitas se
consumindo em acordos, falcatruas e golpes. Nenhum desses acordos e disputas
favorece a classe trabalhadora. Pelo contrário, sempre são feitos buscando
benefício próprio e uma maneira para se perpetuarem no poder.
Somente uma candidatura
classista, que faça acordos com a casse trabalhadora ao invés dos partidos
corruptos que hoje existem é que se pode transformar nossa sociedade e governar
para aqueles que produzem a riqueza do país: Ou seja, os trabalhadores.
Para governar para os
trabalhadores, é preciso romper com a lógica capitalista de governar para as
grandes empresas e banqueiros, de salvar aqueles que têm dinheiro explorando
ainda mais quem não tem nada. Dos oito candidatos na disputa de hoje, somente a
coligação “Maringá para os trabalhadores”, com Débora prefeita, é que toma para
si a ousadia de debater com a população pobre e a juventude explorada de
Maringá. É somente a nossa candidatura que discute a necessidade de investir
dinheiro público na saúde pública, de estatizar o transporte e baratear o custo
da passagem de ônibus, de ter políticas claras contra as diversas formas de
opressão que existem na sociedade.
É este projeto que o PSTU quer
construir em nossa cidade. É este projeto que queremos apresentar a você..
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