Da direção regional do PSTU
A Universidade Pública brasileira
sofre um constante processo de ataques que a levam ao sucateamento e ao total
desmoronamento do tripé ensino, pesquisa e extensão, tripé esse, característica
imprescindível das Universidades Públicas.
Programas como o Prouni e o Reuni
implementados por Lula e Dilma (PT) foram pensados para combater a
inadimplência e a sobra de vagas nas faculdades particulares e aumentar a
precarização das condições de trabalho. Por outro lado, o dinheiro que deveria
ser investido no setor público, é transferido ao setor privado através de
isenções de impostos e outros mecanismos. É uma demonstração clara que se
governa visando garantir os lucros aos “tubarões do ensino” e não a qualidade
da educação superior gratuita e de qualidade e o seu acesso aos filhos da
classe trabalhadora.
Aqui no Paraná não é diferente.
Seguindo a mesma política de cortes de investimentos e precarização das
Universidades, o governo Beto Richa (PSDB) ataca as Universidades Públicas
Estaduais. Mais que isso, assim como faz com várias outras categorias, o
governo promete, mas não cumpre. Há mais de um ano os servidores das IEESs
paranaenses estão esperando o prometido Plano de Carreira, Cargos e Salários
(PCCS). Se isso não bastasse, ameaça destruir a carreira do servidor e
terceirizar os serviços, ao invés de manter público e com trabalhadores
contratados via concurso público.
Toda essa situação faz parte de uma
política nacional de desmonte da educação, não somente no Ensino Superior, como
também na Educação Básica. Por esse
motivo, o ano passado foi marcado por inúmeras greves na educação básica,
atingindo praticamente todos os estados do país e esse ano, a greve das
Universidades Federais deu um grande exemplo de luta contra essas políticas.
Nas Universidades Estaduais do Paraná a coisa não é diferente:
No mês passado, os professores das IEESs
parananenses conquistaram o envio e aprovação do projeto de equiparação à
assembleia legislativa e a sanção por parte do governador, após 2 dias de
greve. Agora é a vez dos técnicos administrativos entrarem em greve.
Em uma demonstração de disposição
para a luta, os servidores aprovaram greve por tempo indeterminado, no último
dia 11 de setembro. Logo no seu primeiro dia, a greve começou de maneira forte
e os trabalhadores se negaram a cumprir suas tarefas, o que fez com que as
aulas fossem interrompidas. No segundo dia, as chaves da Universidade foram
entregues à reitoria, para que tomem providências, mostrando que os
trabalhadores não irão “furar” a greve!
Diante do caos causado pela negativa
dos servidores em trabalhar, a direção do sindicato dos professores da UEM
(Sesduem), lançou duas notas na internet prestando solidariedade, mas
discordando do movimento grevista em seus métodos. Não podemos concordar com as
notas lançadas pelos companheiros do Sesduem. Entendemos que a reivindicação
dos trabalhadores em greve é justa e o fato de se negarem a trabalhar, não pode
ser punido, pelo contrário, devem ser aclamados pela coragem em enfrentar um
governo que está disposto a ouvir somente os grandes empresários e uma reitoria
que se utiliza do assédio moral para coagir os servidores a voltarem para suas
atividades. Imediatamente após a deflagração da greve, o comando de greve
reuniu-se com a reitoria para fazer o comunicado de que as atividades dos
técnicos seriam suspensas a partir do dia 11/09. Entendemos que em um momento
de greve, a responsabilidade pela administração e condução das atividades do
campus deve dar-se pela administração, e não pelo comando de greve ou os
servidores. Responsabilidade esta que não foi assumida em nenhum momento pela
reitoria em nossas reuniões. Portanto, se existem culpados pelo fato dos
professores não conseguirem dar aulas nesses dias, esses culpados são a
reitoria obsoleta e o governo do estado que não negocia.
Mais que isso, discordamos veemente
do fato dos companheiros incitarem os docentes a denunciar os trabalhadores em
greve por supostos “abusos”. Esse não é o papel de uma direção sindical de
luta, como sabemos ser essa direção sindical. Esse papel é da reitoria e do
governo. Já não basta alguns companheiros do SINTEEMAR que rotineiramente alimentam a
divisão entre as categorias colocando os professores como “inimigos” dos
técnicos. A diretoria do SESDUEM não pode recorrer ao mesmo erro solicitando
que professores denunciem as “transgressões” que pontualmente possam ocorrer.
Isso é alimentar ainda mais a divisão que tanto queremos evitar em nossa
Universidade.
O
momento agora é de unidade nas lutas! Os professores e estudantes precisam
cercar de solidariedade e apoio à luta dos técnicos. Sabemos que nosso
inimigo é o governo do estado que não cumpre as reivindicações da categoria e
que, pelo contrário, aprofunda cada vez mais seus planos de sucateamento das
Universidades Públicas do Paraná. Se os professores não estão conseguindo dar
aulas, é culpa de uma situação criada pelo governo do estado e é ele quem deve
ser punido e advertido.
É por isso que reiteramos o chamado
à unidade na luta para que não somente os técnicos saiam vitoriosos dessa luta,
assim como os professores saíram em 23 de agosto, mas que a maior vitória seja
a defesa do projeto de Universidade Pública, Gratuita, Laica e de Qualidade.
Nossas forças militantes estarão
dispostas a esse projeto!
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