domingo, 9 de setembro de 2012

Vote em Modesto... e eleja Marly!


Por Bruno Coga, do PSTU
Candidato a Vice Prefeito na coligação “Maringá para os trabalhadores” – PSOL / PSTU

Em matéria recente divulgada no site “maringay”, o escritor opõe a candidatura de Luiz Modesto, suposto defensor da comunidade LGBT, à de Marly Martin, evangélica, reacionária e declaradamente contrária aos interesses do público gay. Uma vinculação criada diretamente com a intenção de fortalecer a candidatura de Luiz Modesto, abriu o debate para uma questão evidente: Votando em Modesto, pode-se estar ajudando na eleição de Marly. E isto ninguém pode negar. Como comentou um leitor do site, “o tiro saiu pela culatra”...

Modesto X Marly: Uma falsa polarização aliada a uma política idêntica

Quem compare Modesto e Marly, logo perceberá que aparentemente, ambos são muito diferentes. Modesto é gay assumido, Marly é evangélica fervorosa. Modesto promoveu-se com o discurso de “primeiro vereador assumidamente gay de Maringá”. Marly lidera a bancada conservadora da cidade. Modesto esteve à frente da 1ª Parada Gay de Maringá. Marly posicionou-se contra o Dia de Combate a Homofobia. Olhando grosseiramente, Modesto e Marly parecem inimigos mortais, que não se toleram e que disputam as eleições em lados totalmente opostos... Mas a verdade é que ambos fazem parte da mesma coligação, e com isso, seus votos os ajudam mutuamente...

Na verdade, as candidaturas de Modesto e Marly fazem parte da mesma estratégia: angariar votos de setores específicos da sociedade. Modesto atua sob o público gay, enquanto Marly sob o setor evangélico. Com o apoio desses setores, a coligação sai fortalecida e a possibilidade de eleger mais candidatos é maior. Para fazer parte deste jogo não se debate princípios, posições políticas e o que deveria ser melhor para a população. É o vale tudo eleitoral em sua forma mais bárbara: Uma homofóbica lado a lado a um gay assumido. Para os “comunistas” da UJS que justificam esta metodologia baseando-se nas suas errôneas análises de “Marx e Lenin”, talvez também utilizem a mesma tese para justificar Stalin Lenin e Hitler fazendo parte da mesma trincheira de luta...

Modesto X Marly: Uma relação paradoxal

Não há dúvidas que ambos conseguirão uma parcela significativa de votos e que com isso poderão sim disputar uma vaga na Câmara (considerando que também estão nesta disputa Humberto Henrique, Mário Verri, Dr Manoel, e outros que também concorrem). Mas uma coisa é fato: Se Modesto pensa em se eleger, ele precisará dos votos de Marly. Assim como Marly precisará dos votos de Modesto. Isto ocorre porque somente com uma ampla votação da coligação é que ambos os candidatos terão espaço para se eleger. Ou seja, o “representante” (sic) da comunidade gay necessitará dos votos da conservadora reacionária, e vice versa. Então, aqueles eleitores honestos, que votarão em Modesto pensando eleger o “primeiro vereador assumidamente gay de Maringá”, fiquem atentos: Este voto pode sair pela culatra, e ao invés de elegê-lo poderá reeleger Marly Martin. Nesta coligação, infelizmente esta é a contribuição que Modesto pode deixar para a comunidade LGBT de Maringá...

Mas ainda existirão aqueles que dirão que de fato Modesto e Marly são desafetos incontestáveis e “infelizmente” Marly está nesta coligação, que Modesto não precisa de Marly ou de seus votos. Então, lançamos um desafio: Caso Modesto se eleja com ajuda dos votos de Marly, que renuncie ao seu mandato, já que estes votos foram votos contrários ao projeto que defende, portanto, votos que não deveriam ser seus. Não caros eleitores, infelizmente não veremos isso...

Não basta ser gay... É preciso lutar contra a homofobia e todas as formas de opressão

Na presidência de nosso país temos a primeira mulher eleita do Brasil. Ao contrário disso significar mais investimentos no combate à violência da mulher, construção de mais creches públicas, igualdade salarial entre gênero, vemos a aplicação da mesma política no país, que se utiliza da opressão às mulheres para seguir explorando a classe trabalhadora. Dilma Rousseff segue governando para os banqueiros e grandes empresários, e não avançou em nada nas políticas públicas para as mulheres. Isto acontece porque não basta ser mulher para defender os interesses de gênero, mas é preciso ter um programa claro de combate à opressão, combinado ao combate contra a exploração.

O caso de Luiz Modesto é idêntico. Ao se aliar a este setor retrógrado da cidade, Modesto já mostra como será limitada sua atuação frente à câmara de vereadores da cidade caso eleito. Será omisso nas defesas dos setores oprimidos caso isso fira um acordo de gabinete ou uma aliança antes selada, da mesma forma como privilegiou a aliança com Marly frente a sua candidatura. O “primeiro vereador assumidamente gay de Maringá” não fará diferença nenhuma frente à luta contra a opressão e a homofobia.

Por outro lado, a luta contra o racismo, por exemplo, não é travada somente pelos negros. É uma batalha que travamos todos os dias contra o preconceito. Seja feita por brancos ou negros. Clodovil é a contraprova de que ser “assumidamente gay” é totalmente irrelevante na luta contra as opressões. Eleito Deputado Federal pelo PTC (Partido Trabalhista Cristão), Clodovil esteve à frente de diversas declarações machistas, racistas e inclusive... homofóbicas. Esta é a trajetória política do “primeiro deputado federal assumidamente gay” do Brasil.

Monica Almeida, na luta contra a homofobia e todas as formas de opressões.

Para representar a comunidade LGBT na câmara de vereadores é necessário um(a) candidato(a) que tenha firmeza política e ideológica, que não venda seus princípios ou não troque a luta contra as opressões por um acordo político de gabinete ou uma aliança maligna com setores conservadores.

Além disso, é preciso lutar lado a lado nos movimentos sociais e políticos da cidade. Participar ativamente das ações que dispute a consciência dos trabalhadores e da juventude através da luta e pautada na transformação desta sociedade decadente.

Neste sentido, apoio e declaro meu voto a favor da candidatura de Monica Almeida, número 16000, militante do PSTU, que atua no movimento estudantil sempre defendendo as bandeiras de luta contra a homofobia e todas as formas de opressão. Monica auxiliou e esteve presente na 1ª Parada Gay de Maringá, é feminista convicta e também esteve à frente da construção da 1ª Marcha das Vadias da cidade. Monica faz parte da nova juventude de lutadores, que esteve à frente da ocupação da reitoria e tantas outras lutas na UEM. Por fim, Monica Almeida carrega consigo princípios políticos sólidos e um programa político definido na luta contra a homofobia, machismo, racismo e tantas outras formas de opressão.

É preciso pautar que a luta contra as opressões termina na luta contra a sociedade dividida em classes. Que só é possível derrotar a homofobia, derrotando o capitalismo, pois é este sistema injusto e cruel que se aproveita da opressão para explorar e dividir ainda mais a classe trabalhadora. É este o programa que Monica Almeida está apresentando nessas eleições.

Para lutar contra a homofobia, não podemos fortalecer os setores conservadores, não podemos dar chances de Marly se eleger. Apenas votando em Monica Almeida teremos esta segurança...

Um comentário:

  1. O texto estava bom, muito bem estruturado... até o momento que começou a fazer propaganda descarada e o objetivo de desmobilizar o Modesto para ganhar votos para Mônica foram revelados. Lastimável.

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