Por Bruno Coga, do PSTU
Candidato a Vice Prefeito na coligação “Maringá para os
trabalhadores” – PSOL / PSTU
Em matéria recente divulgada no
site “maringay”, o escritor opõe a candidatura de Luiz Modesto, suposto
defensor da comunidade LGBT, à de Marly Martin, evangélica, reacionária e
declaradamente contrária aos interesses do público gay. Uma vinculação criada diretamente
com a intenção de fortalecer a candidatura de Luiz Modesto, abriu o debate para
uma questão evidente: Votando em Modesto, pode-se estar ajudando na eleição de
Marly. E isto ninguém pode negar. Como comentou um leitor do site, “o tiro saiu
pela culatra”...
Modesto X Marly: Uma falsa polarização aliada a uma política
idêntica
Quem compare Modesto e Marly,
logo perceberá que aparentemente,
ambos são muito diferentes. Modesto é gay assumido, Marly é evangélica
fervorosa. Modesto promoveu-se com o discurso de “primeiro vereador
assumidamente gay de Maringá”. Marly lidera a bancada conservadora da cidade.
Modesto esteve à frente da 1ª Parada Gay de Maringá. Marly posicionou-se contra
o Dia de Combate a Homofobia. Olhando grosseiramente, Modesto e Marly parecem
inimigos mortais, que não se toleram e que disputam as eleições em lados
totalmente opostos... Mas a verdade é
que ambos fazem parte da mesma coligação, e com isso, seus votos os ajudam
mutuamente...
Na verdade, as candidaturas de Modesto e Marly fazem parte da mesma
estratégia: angariar votos de setores específicos da sociedade. Modesto
atua sob o público gay, enquanto Marly sob o setor evangélico. Com o apoio desses
setores, a coligação sai fortalecida e a possibilidade de eleger mais
candidatos é maior. Para fazer parte deste jogo não se debate princípios,
posições políticas e o que deveria ser melhor para a população. É o vale tudo
eleitoral em sua forma mais bárbara: Uma
homofóbica lado a lado a um gay assumido. Para os “comunistas” da UJS que
justificam esta metodologia baseando-se nas suas errôneas análises de “Marx e
Lenin”, talvez também utilizem a mesma tese para justificar Stalin Lenin
e Hitler fazendo parte da mesma trincheira de luta...
Modesto X Marly: Uma relação paradoxal
Não há dúvidas que ambos
conseguirão uma parcela significativa de votos e que com isso poderão sim
disputar uma vaga na Câmara (considerando que também estão nesta disputa
Humberto Henrique, Mário Verri, Dr Manoel, e outros que também concorrem). Mas
uma coisa é fato: Se Modesto pensa em se
eleger, ele precisará dos votos de Marly. Assim como Marly precisará dos votos
de Modesto. Isto ocorre porque somente com uma ampla votação da coligação é
que ambos os candidatos terão espaço para se eleger. Ou seja, o “representante”
(sic) da comunidade gay necessitará dos votos da conservadora reacionária, e vice
versa. Então, aqueles eleitores honestos, que votarão em Modesto pensando
eleger o “primeiro vereador assumidamente gay de Maringá”, fiquem atentos: Este
voto pode sair pela culatra, e ao invés de elegê-lo poderá reeleger Marly
Martin. Nesta coligação, infelizmente esta é a contribuição que Modesto pode
deixar para a comunidade LGBT de Maringá...
Mas ainda existirão aqueles que
dirão que de fato Modesto e Marly são desafetos incontestáveis e “infelizmente”
Marly está nesta coligação, que Modesto não precisa de Marly ou de seus votos. Então, lançamos um desafio: Caso Modesto se
eleja com ajuda dos votos de Marly, que renuncie ao seu mandato, já que
estes votos foram votos contrários ao projeto que defende, portanto, votos que
não deveriam ser seus. Não caros eleitores, infelizmente não veremos isso...
Não basta ser gay... É preciso lutar contra a homofobia e todas as
formas de opressão
Na presidência de nosso país
temos a primeira mulher eleita do Brasil. Ao contrário disso significar mais
investimentos no combate à violência da mulher, construção de mais creches
públicas, igualdade salarial entre gênero, vemos a aplicação da mesma política
no país, que se utiliza da opressão às mulheres para seguir explorando a classe
trabalhadora. Dilma Rousseff segue governando para os banqueiros e grandes
empresários, e não avançou em nada nas políticas públicas para as mulheres.
Isto acontece porque não basta ser mulher para defender os interesses de
gênero, mas é preciso ter um programa claro de combate à opressão, combinado ao
combate contra a exploração.
O caso de Luiz Modesto é
idêntico. Ao se aliar a este setor retrógrado da cidade, Modesto já mostra como
será limitada sua atuação frente à câmara de vereadores da cidade caso eleito.
Será omisso nas defesas dos setores oprimidos caso isso fira um acordo de
gabinete ou uma aliança antes selada, da mesma forma como privilegiou a aliança
com Marly frente a sua candidatura. O “primeiro vereador assumidamente gay de
Maringá” não fará diferença nenhuma frente à luta contra a opressão e a
homofobia.
Por outro lado, a luta contra o
racismo, por exemplo, não é travada somente pelos negros. É uma batalha que
travamos todos os dias contra o preconceito. Seja feita por brancos ou negros. Clodovil
é a contraprova de que ser “assumidamente gay” é totalmente irrelevante na luta
contra as opressões. Eleito Deputado Federal pelo PTC (Partido Trabalhista
Cristão), Clodovil esteve à frente de diversas declarações machistas, racistas
e inclusive... homofóbicas. Esta é a trajetória política do “primeiro deputado
federal assumidamente gay” do Brasil.
Monica Almeida, na luta contra a homofobia e todas as formas de
opressões.
Para representar a comunidade
LGBT na câmara de vereadores é necessário um(a) candidato(a) que tenha firmeza
política e ideológica, que não venda seus princípios ou não troque a luta
contra as opressões por um acordo político de gabinete ou uma aliança maligna
com setores conservadores.
Além disso, é preciso lutar lado
a lado nos movimentos sociais e políticos da cidade. Participar ativamente das
ações que dispute a consciência dos trabalhadores e da juventude através da
luta e pautada na transformação desta sociedade decadente.
Neste sentido, apoio e declaro
meu voto a favor da candidatura de Monica Almeida, número 16000, militante do
PSTU, que atua no movimento estudantil sempre defendendo as bandeiras de luta
contra a homofobia e todas as formas de opressão. Monica auxiliou e esteve
presente na 1ª Parada Gay de Maringá, é feminista convicta e também esteve à
frente da construção da 1ª Marcha das Vadias da cidade. Monica faz parte da
nova juventude de lutadores, que esteve à frente da ocupação da reitoria e
tantas outras lutas na UEM. Por fim, Monica Almeida carrega consigo princípios
políticos sólidos e um programa político definido na luta contra a homofobia,
machismo, racismo e tantas outras formas de opressão.
É preciso pautar que a luta
contra as opressões termina na luta contra a sociedade dividida em classes. Que
só é possível derrotar a homofobia, derrotando o capitalismo, pois é este
sistema injusto e cruel que se aproveita da opressão para explorar e dividir
ainda mais a classe trabalhadora. É este o programa que Monica Almeida está
apresentando nessas eleições.
Para lutar contra a homofobia,
não podemos fortalecer os setores conservadores, não podemos dar chances de
Marly se eleger. Apenas votando em Monica Almeida teremos esta segurança...
O texto estava bom, muito bem estruturado... até o momento que começou a fazer propaganda descarada e o objetivo de desmobilizar o Modesto para ganhar votos para Mônica foram revelados. Lastimável.
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