segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Nem Ênio Verri, nem Pupim. Agora é Nulo!

Por Bruno Coga, candidato à vice-prefeito da Coligação "Maringá Para os Trabalhadores" - PSOL/PSTU

No dia 28 de outubro novamente os eleitores estão sendo chamados a depositar seus votos em um dos dois candidatos que pleiteiam uma vaga para a prefeitura da cidade e assim “definir” os rumos da política municipal. Entretanto, nem Ênio Verri, nem Pupin representam os trabalhadores, e tanto seus programas de governo como sua aliança em nível federal demonstram que, independentemente de quem ganhar as eleições, nenhum deles irá governar para nossa classe. Seja qual for o resultado eleitoral a única coisa que de fato está assegurada são os interesses dos grandes capitalistas que financiaram essas duas candidaturas depositando rios de dinheiro em suas campanhas. Diante disso, a única opção que nos resta é chamar voto nulo, crítico e de protesto! E seguir organizando os trabalhadores para lutar.

A direita e o PT: Lados distintos da mesma moeda

Lula e Haddad (PT) selando acordo com Maluf-PP
Pupin é a continuidade de Silvio Barros, cujo governo foi marcado pelo ataque aos trabalhadores, seja pelo “favorecimento” à TCCC através da renovação da concessão e aumentos nas tarifas de ônibus muito acima da inflação, seja pela desatenção à saúde no município, a falta de vagas nas creches municipais, ou pelo fim da Capsema. Por conta disso, sabemos que muitos trabalhadores tenderão a votar em Ênio Verri para “derrotar” a direita, pois acreditam que o PT é “menos pior”. Respeitamos este posicionamento, porém não podemos concordar com ele. Chamar voto em Ênio Verri nessas eleições seria vender a ilusão de que o PT será melhor para os trabalhadores. Sabemos que isso não é verdade. Ao contrário de toda a propaganda dos governos petistas, para o trabalhador brasileiro as coisas não melhoraram. Todos os dias pessoas morrem nas filas dos hospitais por falta de atendimento, a educação pública é péssima e embora o governo Dilma tenha prometido construir 6 mil creches até 2014, passados quase dois anos de seu mandato nenhuma saiu do papel. Enquanto banqueiros e grandes empresários seguem obtendo lucros estratosféricos e o PT mergulha num mar de corrupção sem fim, somos obrigados a conviver com o fantasma do desemprego e salários que mal chegam ao final do mês.

Além disso, apesar de “adversários” nas eleições municipais, PP e PT são aliados na esfera federal. O Ministério das Cidades, do governo Dilma é dirigido pelo PP de Pupin e da família Barros. O próprio Ricardo Barros, já foi vice-líder do governo Lula como Deputado Federal e Paulo Maluf, figura histórica do PP, declarou apoio ao candidato petista Haddad para a prefeitura de São Paulo em um ato polêmico. Por outro lado, a política que o PP aplica na cidade não difere em nada da que o PT aplica no país. Se em Maringá, por exemplo, o PT critica a concessão do transporte coletivo dada à TCCC, esquece de falar das privatizações dos aeroportos e de estradas federais no país, efetuada pelo governo Dilma. Assim como a direita, o PT optou por governar para a burguesia. De fato, durante os 10 anos de PT no governo federal, “nunca antes na história deste país”, os banqueiros ganharam tanto dinheiro. Em contrapartida, o aumento nos investimentos em saúde, educação, saneamento, transporte foram mínimos.

Voto útil no segundo turno é o voto NULO, crítico e de protesto!

Durante toda a campanha eleitoral o PSTU denunciou que nenhuma destas candidaturas seria uma alternativa para os trabalhadores e oprimidos, pois é impossível governar para todos quando se é financiado pelo grande capital.
É verdade que Pupin representa a continuidade de um governo de direita, mas sabemos que o compromisso que Ênio Verri assumiu nessas eleições foi com os banqueiros e grandes investidores da construção civil e não com os trabalhadores e os setores mais oprimidos da sociedade. Portanto, não podemos vender ilusões aos trabalhadores! Chamamos voto nulo no segundo turno por acreditar que nem Pupin nem Ênio Verri estarão comprometidos com as revindicações da classe trabalhadora.
Nenhum dos dois estará disposto a acabar com a falta de vagas nas creches e zerar as filas consultas especializadas sem a terceirização de serviços, ou mesmo municipalizar o transporte coletivo para reduzir o custo da passagem. Chamamos o voto nulo para combater as políticas neoliberais que tanto Pupin como Ênio Verri seguirão aplicando caso vençam as eleições, já que estão comprometidos com os mesmos grupos capitalistas que financiaram ambas as campanhas.

Por outro lado não compactuamos com a posição do PSOL de se abster nesse 2º turno. Diferente dos companheiros do PSOL, que preferiram o abstencionismo, conforme a declaração de Débora Paiva de que “é hora do eleitor maringaense votar no menos pior”, nós do PSTU, dizemos para os trabalhadores e oprimidos que agora o melhor caminho é o voto nulo, crítico e de protesto, já que nenhum dos candidatos tem o mínimo compromisso com a nossa classe. Não existe um “menos pior”. Não há alternativa para os trabalhadores neste segundo turno. Mas, uma grande soma de votos nulos ajudará a enfraquecer o futuro governo que, ganhe quem ganhar, será nosso inimigo.

É preciso mobilizar e lutar por uma cidade para os trabalhadores
Não temos dúvidas do importante papel que cumprimos nessas eleições, de termos feito parte de uma Frente que apresentou um programa de ruptura verdadeira com todos os interesses  dos que privatizam a cidade. E para o segundo turno até agora somos o único partido que defende o voto nulo de maneira clara e aberta. Mas para além do voto, é necessário fortalecer nossa organização nos bairros, nos sindicatos, nos movimentos populares, nos movimentos de luta contra a opressão e no movimento estudantil, para construirmos uma oposição de esquerda ao próximo governo, que não dê um minuto de trégua, exigindo cada promessa vazia feita durante a campanha de que iriam melhorar a vida dos trabalhadores e denunciando sistematicamente a que interesses eles servirão.
Queremos convidá-lo também a conhecer o PSTU, um partido diferente, que se constrói nas lutas do cotidiano, contra a opressão e a exploração capitalista e em defesa de uma sociedade socialista. Venha se filiar e construir conosco esta ferramenta. Venha para o PSTU!

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