Apesar do
crescimento do movimento LGBT e da luta contra a homofobia nos últimos anos, o
número de crimes de ódio contra homossexuais só aumenta. Em 2011 foram registrados
266 assassinatos de gays, lésbicas e travestis. É uma morte a cada 33 horas, o
que faz do Brasil o primeiro colocado no ranking mundial de assassinatos
homofóbicos, concentrando 44% do total de execuções em todo mundo. Para se ter
uma ideia, o risco de um homossexual
ser morto no Brasil é 800% maior que nos Estados Unidos.
Em Maringá não é diferente
Infelizmente em Maringá a situação não é
diferente, segundo dados do movimento LGBT que monitora os casos de homofobia na cidade, somente em
2012 foram 26 tentativas de suicídio de adolescentes gays conhecidas, 4
suicídios, 49 casos de agressão por motivo de homofobia e 73 adolescentes gays expulsos
de casa pela família. Além disso, 6 travestis foram assassinadas nos últimos
dois anos.
Por outro lado a organização de setores conservadores e a falta de
políticas concretas para o combate a homofobia por parte da administração
municipal levam a que a intolerância e o preconceito sejam pregados de forma
aberta através de episódios lamentáveis como a marcha realizada pela Cruzada da
Família na última segunda-feira, dia 7 de janeiro.
Homofobia
mata, mas não é crime!
O
crescimento assustador das vítimas de homofobia tem como uma de suas principais
causas a impunidade. A impunidade é aliada da homofobia e o maior incentivo
para os crimes homofóbicos. Evidentemente que criminalizar
a homofobia não resolverá todos os problemas enfrentados pelos LGBT’s, mas com
certeza irá inibir a violência contra eles. Por isso o PSTU defende a aprovação da PLC 122 que criminaliza a
homofobia.
Por outro
lado a falta de políticas públicas de combate a violência e a opressão também
contribui para aumentar a homofobia. Em maio do ano passado, Dilma suspendeu a
distribuição o “Kit Escola Sem Homofobia”, chegando a argumentar que ele “fazia
propaganda de opção sexual”. Esta, que teria sido uma interessante iniciativa
para combater a opressão homofóbica, foi vetada numa negociata com os setores
conservadores para preservar o então ministro Palocci, envolvido em escândalos
de corrupção. Assim, os professores seguem desarmados para discutir esse tema
nas escolas.
É preciso um movimento organizado
de luta contra a homofobia e qualquer tipo de opressão
Não é à toa
que a marcha da Cruzada pela Família colocou no mesmo saco a condenação ao
casamento gay e o aborto, porque a homofobia é amiga do machismo. E o mesmo
governo que capitula aos setores conservadores com relação à PEC 122 é o que
nega às mulheres o direito ao aborto legal e seguro e o que se recusa a
empregar verbas para ampliar a Lei Maria da Penha.
Só há um
caminho para mudar esta situação o da luta e das mobilizações. Promover
beijaços é importante, assim como organizar paradas gay e marchas das vadias,
mas só isso não basta. É necessário construir um grande movimento organizado de
luta contra as opressões, que congregue todos os setores dispostos a discutir
políticas concretas de combate a opressão.
ü Em defesa do casamento gay e da adoção de crianças
por casais gay, distribuição imediata dos kit anti-homofobia nas escolas.
ü Pela
criminalização da homofobia já! Aprovação imediata da PLC 122.
ü Pela descriminalização e legalização do aborto e sua
realização de forma segura pelos hospitais públicos.
ü Contra a violência às mulheres. Aplicação e ampliação
da Lei Maria da Penha!
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