Pouco divulgado pela imprensa, uma reforma
administrativa foi aprovada às pressas pela Câmara de Vereadores de Maringá
neste final de ano. Porém, ao invés de facilitar os entraves burocráticos da
prefeitura, o que percebemos é que tal reforma vem com o intuito de aumentar o
número de Cargos de Confiança (CCs) e Funções Gratificadas (FGs) da Prefeitura
de Maringá. Ou seja: Pagar mais pessoas para fazerem o mesmo serviço. Uma boa
forma de se gratificar seus apoiadores de campanha, assim como aqueles
políticos que há muito tempo conhecemos e desta vez não foram eleitos. Em
entrevista para “O Diário”, o próprio prefeito “eleito” chega a confirmar isto:
“Há algum tempo temos discutido a estratégia e construído a
proposta para adequação da estrutura, atendendo às necessidades identificadas
por nossa equipe, e principalmente para
atender às demandas que encontramos durante o processo eleitoral”. Infelizmente,
Pupin refere-se à demanda eleitoral que conseguiu para se eleger, ou seja, seus
apoios para o segundo turno. Muito distante de englobar questões técnicas, ao
analisarmos as nomeações, percebemos que a “questão política” sobressaiu muito
mais que os interesses da população. Candidatos à vereadores não eleitos, como
Mário Hossokawa, Valter Viana e Carmen Inocente irão compor parte das
secretarias do governo. Assim como os candidatos à Prefeito pra lá de
questionáveis, como Alberto Abraão e Hércules Ananias.
O Orçamento Para a Reforma
O
Orçamento apresentado para a Reforma prevê um gasto de 872 mi para o ano de
2013. Um valor muito maior do que a receita prevista para o mesmo ano, 824 mi.
Ou seja, em parte, os cargos de confiança da gestão de Pupin serão responsáveis
por deixar Maringá no vermelho! Ao que tudo indica, o município contrairá uma
dívida próxima a 48 milhões de reais somente no ano de 2013.
Ao
todo, a proposta pretende aumentar os 977 cargos existentes para 1158 cargos.
Mas, como se não bastasse esta mudança exorbitante, o número de Cargos
Comissionados (aqueles que podem ser ocupados por indicação sem concurso
público) dobra de 251 para 515, enquanto há redução no número de FGs (aqueles
que só podem ser ocupados por funcionários de carreira).
Analisando
estes números, fica clara a verdadeira intenção deste governo, assim como sua
fragilidade. Para eleger-se, Pupin precisou contar com um “apoio” muito
superior que as eleições anteriores de SB II, e agora, esses apoiadores chegam
para cobrar sua fatura, exigindo seus cargos no governo...
Uma administração para os ricos...
Ao
mesmo tempo em que o orçamento aprovado amplia o número de cargos da
prefeitura, onerando os cofres da cidade, pautas da classe trabalhadora são
cada vez mais esquecidas e deixadas de escanteio, como é o caso do Plano de
Carreira (PCCR) dos Servidores Municipais. Paralelo à votação da reforma administrativa, os vereadores da cidade rejeitaram a proposta de emenda que
incluía o PCCR no orçamento de 2013, remanejando os gastos de outros segmentos.
E se
por um lado a “nova” administração amplia o número de cargos e rejeita o PCCR
dos servidores, o pacote de maldades da prefeitura não para por ai. Tudo isto
acontece em um marco onde o nosso querido Parque do Ingá está prestes a ser
privatizado definitivamente e ao mesmo tempo o terreno da antiga rodoviária acaba de ser DOADO para a iniciativa privada.
Aos servidores públicos e
à classe trabalhadora, baixos salários, restrição ao lazer e ao direito de
moradia digna. Aos ricos, grandes empreiteiras e chupins, os terrenos mais
valorizados da cidade e cargos em seu governo.
2013, um ano de lutas!
Infelizmente,
todos esses ataques estão combinados com o silêncio e desprezo por parte da principal figura pública petista da cidade,
Enio Verri, que ao invés de colocar-se junto aos trabalhadores, resume sua vida
política à aparições somente durante ás eleições.
Mas
os trabalhadores podem enxergar mesmo sem o apoio do PT. E os primeiros passos
do governo já nos mostra qual é a essência da continuidade do governo Barros.
Mostra também que o caminho que deveremos seguir para derrotar a oligarquia
barros, é o caminho da mobilização, da organização e das lutas...
O
PSTU coloca-se ao lado dos Servidores Públicos Municipais para lutar a favor de
seu justo e merecido PCCR, ao lado da população trabalhadora que luta por sua
moradia e seus merecidos espaços de lazer na cidade. Assim como posicionamo-nos
contrários à venda de cargos comissionados da prefeitura, utilizada como moeda
de troca nas eleições.
Lutemos!
Um ótimo 2013 para todos. Boas Festas, Boas Lutas!
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